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Fotos: Jéssica Bremgartner

Por Camila Andrade

O antropólogo Rodrigo Piquet de Mello, da FUNAI, contribuiu para a ambientação ao tema discutido durante a semana da I Jornada dos Povos Indígenas, falando um pouco sobre alguns aspectos e características das comunidades indígenas dentro do nosso contexto.

Rodrigo iniciou a palestra fazendo uma contextualização geográfica sobre o tema quando ressaltou para o fato de comumente existir a idéia da vivência de índios apenas na região norte do Brasil. Os povos indígenas eram milhões antes do inicio da colonização, e viviam próximo ao litoral de todo o continente sul das Américas. Com o ocorrido estes povos foram se deslocando para as regiões mais distantes e adentrando também a região amazônica, se fixando aqui com mais intensidade, mas já bem menos numerosos e a realidade hoje é lastimável segundo o antropólogo.

Porém não podemos deixar de lado em hipótese alguma a noção de que vários povos e etnias vivem em diversas regiões no país. A exemplo disso o presidente da Associação de Alunos Indígenas da UFPA Edmar Fernandes, que foi palestrante na mesa que discutiu REDD e Crédito de Carbono, é de origem Kaygang e nasceu na aldeia Chimbang, morou a maior parte da vida na aldeia Chapecozinho na região oeste de Santa Catarina. Hoje Edmar é formado em direito e faz mestrado na UFPA – Universidade Federal do Pará – além de estar à frente da associação em defesa dos direitos de seus parentes como diz o presidente.

Em um segundo momento foi discutida a questão da saúde como um todo. A idéia de manter o “homem branco” longe destes povos e reservas indígenas, tanto é uma questão que envolve a preservação pela não degradação e desmatamento quanto em prol da salubridade do ambiente. Doenças fizeram parte da história da dizimação de povos indígenas junto a outros fatores históricos que conhecemos. A exploração mineral por meio de garimpos, também é proibida haja vista todos estes motivos.

LÍNGUAS E CARACTERÍSTICAS ETNICAS

É um equivoco afirmar que neste país fala-se apenas uma língua. Temos mais de 180 línguas diferentes, porém é percebido que as línguas indígenas são menos expressivas devido a quantidade de falantes atualmente. Há línguas já consideradas extintas e outras a beira da mesma situação.

Por esse motivo o PRODOC IN – Projeto de Documentação de Línguas Indígenas – da UNESCO reconhece a importância cultural e histórica do registro e preservação dessas línguas.

Uma representante indígena do povo Xipáia e outra dos Kayguang falaram em entrevista na Estácio FAP o quanto se sentem sensibilizadas quando falam da extinção de seu povo e sua língua, é como perder um identidade, uma família.

Em uma região quase inóspita próximo a Altamira moram os Zo-é, tomados como exemplo pelo palestrante quando as características de povos indígenas fora, colocados em pauta.

Pinturas geométricas através de traçados específicos, são um padrão identificador de cada povo, cada etnia. Entre outras características incomuns os queixos avantajados dos Zo-é chamam atenção.

As manifestações culturais mostram o quanto a arte e a cultura material andam juntas segundo Rodrigo. E quanto a divisão de trabalho, é diferente de outros costumes quando considera todos capazes de fazer qualquer tarefa, porém existem algumas funções apenas das mulheres, por exemplo, como a responsabilidade pela pintura corporal.