Fotos: Jéssica Bremgartner

Por Camila Andrade

Esta manhã alunos do curso de Comunicação Social da Estácio Fap junto a Coordenadora de Publicidade e Propaganda Viviane Menna, saíram em caminhada partindo do campus da faculdade com destino ao Boulevard Shopping onde a exposição “Índio quer saber: Carbono é de quem?” está disponível a visitação de 18 a 29 de abril, no 3° piso de lojas.

A movimentação contou com a presença de representantes indígenas dos povos Gavião Parkatejê, Karajá e Xipaia. São alunos dos cursos de Medicina, Administração e Farmácia da UFPA – Universidade Federal do Pará – e participantes ativos dentro a Associação de Alunos Indígenas da UFPA.

A exposição seguida a intervenção visa chamar atenção para a causa dos povos indígenas dentro do contexto regional que será discutido em mesa redonda dentro da programação da I Jornada dos Povos Indígenas hoje (18) às 20h30 no auditório da instituição, dando ênfase a questões como sustentabilidade, REDD e Crédito de Carbono.

O Dr Thomas Mitschen (POEMA/UFPA), Edmar Fernandes presidente da Associação de Alunos Indígenas da UFPA e Ana Maria Magalhães promotora de justiça vão participar dessa discussão. Além disso teremos a presença de um representante da FUNAI.

 

Por Mateus Breyer

Os palestrantes Raoni Arraes e Williame Fonseca do Grupo de Estudos das Populações Indígenas(GEPI) da UFPA, falaram aos alunos da Estácio FAP por cerca de uma hora e meia, sobre as produções cinematográficas indígenas e o seu papel nos povos e aldeias.

Williame Fonseca, que estuda a cultura indígena diz que a proposta da palestra é pensarmos o indígena dentro do contexto do século 21, e tirar a imagem romântica e principalmente distorcida que a maioria das pessoas tem, de que o índio é um ser atrasado e não consegue lidar com as ferramentas de comunicação. E que esse trabalho é um esforço de mostrar que em alguns aspectos eles estão muito a frente da nossa sociedade que se diz civilizada, e conclui que: “Por definição a Faculdade é um lugar de difusão do conhecimento que busca romper paradigmas que já não cabem mais. E esse papel protagonista da faculdade tem que estimular aos alunos uma visão que pouca gente tem, e os estudantes, principalmente os de comunicação e ciências humanas tem que ter essa visão.”

O cinema indígena é uma perspectiva do índio para os brancos e para o seu próprio povo.
A importância que os filmes tem nas organizações indígenas e indigenistas se dá quanto o registro das práticas sociais das comunidades indígenas, que é também de extrema relevância para conservar a memória do patrimônio material e imaterial das populações indígenas, como por exemplo, suas artes, ferramentas, vestimentas e suas danças, rituais e manifestações religiosas, respectivamente. Podemos definir indigenista, aquele que não é indígena mas faz parte do movimento pró indígena.

Esta manifestação cultural cinematografica também serve como forte instrumento político. Na tentativa de ganharem visibilidade, é através dessas produções que eles procuram expor suas problemáticas e seus pontos de vista sobre os assuntos recorrentes de suas comunidades, pois foi dessa forma que eles viabilizaram uma forma de expor o seus pensamentos sem intermediários, ganhando assim mais autonomia para se expressarem. Essa iniciativa proporcionou aos indígenas a possibilidade de reivindicarem com as suas próprias palavras, sem que alguém falassem por eles o que eles necessitam, fugindo do “eles querem”, para o “nós queremos”.

O maior projeto de Cinema Indígena no Brasil, a ONG Vídeo nas Aldeias, já tem ramificações em países vizinhos, e é premiado nacional e internacionalmente, o Coletivo Kuikuro de Cinema é um dos grupos indígenas mais avançados nesta arte, visam fazer o registro de suas terra e culturas sem perderem sua essência ou serem influenciados.
Apesar das iniciativas, ainda existe uma grande demanda por aprendizado técnico nas aldeias, e com o tempo os empoderamentos dos saberes das ciências humanas se tornarão cada vez mais úteis à autonomia dos povos indígenas, possibilitando a aquisição da emancipação individual e também da consciência coletiva necessária para a superação da dependência social e da dominação política.

Raoni Arraes finaliza alertando que a palavra “Amazônia” é a segunda mais dita no mundo e a palestra ministrada por ele é especialmente importante para os universitários da FAP por que inseridos nesse contexto os alunos dessa região tem ainda mais responsabilidade como formadores de opinião, e completa dizendo que “a ‘I Jornada dos Povos Indígenas’ é uma iniciativa que da orgulho de fazer parte, principalmente por ser um trabalho que vem sendo reconhecido.”

Por Júlio César Matos

Na manhã desta quarta (16) iniciou-se na Estácio FAP o ciclo de palestras referente à 1ª Jornada dos Povos Indígenas, evento realizado para discutir e debater o interesse desta população.

Para ministrar a palestra “Alguns Aspectos da Etnicidade e das Culturas Indígenas” foi convidado o Antropólogo Rodrigo Sabóia Piquet, representante da Fundação Nacional do Índio (FUNAI).

Piquet abordou como tema questões como os índios no Brasil hoje, os quais ainda vivem sim em aldeias, mas também se encontram em grande quantidade vivendo nos meios urbanos onde têm acesso a melhores oportunidades nos setoresde educação e saúde, principalmente.

Foram relatados os critérios para se ter uma identidade indígena, para se definir um índio, que perpassam desde o critério legal, quando só se era índio aqueles que viviam em aldeias, e seguem até a atualidade quando o critério mais importante é a identificação étnica.

A questão da saúde indígena também fora levantada, relatando a incapacidade dos governantes em criar políticas sociais relacionadas à saúde, tendo em vista que populações de índios sofrem com a malária, doença que atinge a maioria das comunidades.

Mais tarde, a Professora Rita de Cássia Almeida Silva, divulgou sua pesquisa sobre os índios Parakanã, na palestra “Mitologia Parakanã”.

Após mais de cinco anos estudando, pesquisando e coletando dados, Rita de Cássia organizou todo o material conseguido e assim originouo DVD Parakanã, uma coletânea que arquiva e dá acesso a todos sobre o histórico, a cultura, o cotidiano e as narrativas de um povo que nos últimos sete anos tiveram um alto crescimento demográfico passando de 700 indígenas para aproximadamente 900, distribuídos em treze aldeias hoje.

A preocupação central ao se realizar o estudo teve seu objetivo alcançado, o qual é: após as pessoas – com base no DVD organizado – se enxergarem no outro e perceberem a igualdade, a diversidade se torna facilmente aceita.

Os Parakanã ainda praticam hábitos originais e vivem em uma grande extensão de terras, preservada, no meio da floresta Amazônica.

Encerrando as palestras do dia, chegou a hora dos representantes do Grupo de Estudos Populacionais Indígenas (GEPI), da Universidade Federal do Pará, Raoni Arraes e Willame Fonseca abordarem como tema o “Cinema Indígena como Ferramenta de Preservação Cultural”.

As produções cinematográficas indígenas foram o ponto alto da abordagem, onde os palestrantes colocaram-nas como perspectivas do indígena para os brancos bem como para seu próprio povo.

Através delas é possível registrar-se práticas sociais nas aldeias, podendo conservar a memória tanto material como imaterial das comunidades: suas artes, ferramentas, costumes, crenças, vestimentas e manifestações.

O cinema indígena é também uma ferramenta política, na qual os índios têm mais condições de expor as problemáticas das comunidades, expressando-se “nas próprias palavras” sem intervenção do outro.

Foto: Jéssica Bremsartner

Esta manhã um grupo de alunos de Comunicação Social junto a Coordenadora de Publicidade e Propaganda da Faculdade Estácio do Pará, Viviane Menna, muniram-se do marketing de guerrilha para divulgar a I Jornada dos Povos Indígenas que acontece na Estácio Fap de 16 a 20 de abril.

A caminhada iniciou na Av. Almirante Barroso na altura da Praça São Cristóvão e teve seu ápice em frente ao Tribunal de Justiça do Estado, quando os participantes pintados e se utilizando de adereços que identificam os costumes indígenas chamaram atenção da população e da imprensa para as questões que serão discutidas durante todo evento como Sustentabilidade, REDD e Crédito de Carbono dentro do contexto regional.

A movimentação reforça a importância da relação da comunidade acadêmica com a sociedade, suas problemáticas e questões. “Essa ação se propõe aproximar temáticas amazônicas da cidade, reforçando identidades e transformando os estudantes em protagonistas dessa história de integração. A comunicação é social e estamos comprometidos com a responsabilidade social e com as causas das minorias” afirma Viviane Menna.

A I Jornada dos Povos Indígenas terá seu momento mais importante, segundo a organização do evento, na quarta-feira (18) durante a discussão “REDD: Terras Indígenas e Questões de Direito” no auditório da instituição às 20h30. A programação ainda promove oficinas de edição áudio visual, produção de texto para web e fotografia oferecidas a estudantes da Associação dos Alunos Indígenas da UFPA.

 Foto: Jéssica Bremgartner

A I Jornada dos Povos Indígenas é uma iniciativa que faz parte do projeto Academia em Campo Aberto que acredita no potencial na relação direta da comunidade acadêmica e os fatores externos a faculdade, proporcionando conhecimento de campo e experiência prática aos alunos enriquecendo sua formação profissional.

Considerando a importância da Amazônia e o registro de desmatamento e degradação terem índices preocupantes, o projeto de extensão tem uma ação objetivada a aproximar a realidade indígena da comunidade acadêmica. A Faculdade Estácio do Pará oferece mesas e palestras incentivando discussões de questões como sustentabilidade dos povos indígenas, REDD e Crédito de Carbono.

Oficinas de edição áudio visual, fotografia, produção de conteúdo para web serão ministradas por professores da instituição a convidados da Associação dos Estudantes Indígenas Universitários. Dentro da I Jornada dos Povos Indígenas a programação traz ainda exposição e feira cultural durante todo o período do evento.

As palestras são uma ambientação para a mesa redonda da quinta-feira (18) às 20h30 na Biblioteca da faculdade, com o tema “Mercado de Carbono: Terras Indígenas e questões de direito” considerado ponto alto da discussão pela organização do evento, NURSO Núcleo de Relacionamento Social e a Coordenadoria de Publicidade e Propaganda da instituição.
“Eu quero mais é ver culturas disseminadas (…) Esse é um evento super importante e tem grande potencial para se tornar referencia dentro dessa discussão” Viviane Menna, uma das organizadoras do evento.

Nesta segunda-feira (16) a palestra de abertura, com o tema “Aspectos da Etnicidade e das Culturas Indígenas” com Rodrigo Saboia de Mello (FUNAI), acontecerá na sala D501 da Estácio do Pará.

A “I JORNADA DOS POVOS INDIGENAS COM A ESTÁCIO FAP” é uma ação de responsabilidade social que por meio de um conjunto de eventos acadêmicos e sociais pretende abrir caminhos para promover uma maior aproximação entre os povos indígenas e o cotidiano da cidade Belém.